terça-feira, 1 de julho de 2014

Resenha: Neighbors

Imagem: Reprodução/Out Now

Fazia um tempo que eu não ria tanto no cinema. Desde o trailer, eu já imaginava que Neighbors (Vizinhos, EUA, 2014) seria uma comédia engraçadíssima e a divulgação não podia ter sido mais honesta: este filme vai arrancar muitas risadas de você. MUITAS. Mas é só, não espere nada mais do que boas risadas.

Dirigido por Nicholas Stoller, o longa conta a história de um jovem casal que tem uma filha bebê e vive em um calmo bairro, no subúrbio dos Estados Unidos. Mac (Seth Rogen) trabalha na empresa do pai, enquanto Kelly (Rose Byrne) é dona de casa. Tudo muda quando, um dia, eles descobrem que a casa ao lado está recebendo novos moradores: uma república. No começo, a relação entre ambos é bastante amigável, mas em função das várias festas e constantes barulhos dos jovens, o casal chama a polícia e aquilo vira uma briga de cão e gato com os estudantes, comandados por Teddy (Zac Efron) e Pete (James Franco). 

Bebidas, maconha, sexo, alagamentos, airbags, múltiplos Robert De Niro’s, entre outras coisas mais predominam na película durante a guerra entre os vizinhos. Diversão é o que não falta, incluindo algumas cenas inesquecíveis! Só não revelo aqui porque vou dar spoiler e você precisa vê-las no cinema. Por isso que eu digo que, se você é fã de comédias, vai rir bastante com as imagens hilárias apresentadas na telona. A química do elenco também é impecável, o que ajuda no resultado final. Efron, Franco, Rogen e Byrne dão show na interpretação de seus personagens, sendo praticamente impossível não se conectar com aquela história e reagir a cada plano maligno das partes envolvidas.

Por outro lado, Neighbors fica só nisso: a disputa cômica entre um casal que quer paz na criação da filha e ao mesmo tempo tenta ser descolado diante dos novos vizinhos, e jovens que querem curtir a vida da faculdade e zelar pela fraternidade da qual fazem parte. O roteiro foca mais na disputa e como cada lado lida com a mesma e, apesar de conseguirmos compreender bem os personagens, creio que faltou um aprofundamento maior na vida pessoal deles. 

A produção chega a explorar, por exemplo, a vontade de Teddy em fazer uma festa histórica antes de se formar – no início do filme vemos um histórico das festas da república, com participações especiais de Jake Johnson, Andy Samberg e Adam DeVine -, a lealdade que tem com os colegas em nome da entidade e os conflitos que acaba tendo com o melhor amigo, Pete, uma vez que o outro fica cansado da briga com os vizinhos e passa a focar mais nos estudos e na vida pós-faculdade. Do lado oposto, vemos um casal que tenta amadurecer, mas ainda tem resquícios de sua juventude e isso os leva a querer manter a briga com os rapazes para manterem suas vidas menos entediantes.

Na minha opinião, é tanto humor que, quando tem uma cena mais dramática, você estranha a mesma. São muitas cenas escrachadas, as quais tornam difícil você levar alguma coisa a sério ali. Apesar de ser interessante a tentativa de desenvolver o que foi dito no parágrafo anterior, isso acaba passando desapercebido e os expectadores acabam se sentindo mais atraídos pelas asneiras que os protagonistas fazem do que pelos personagens propriamente ditos.

Ademais, eu acho que faltou um pouco mais de desenvolvimento do líder interpretado por Efron. Isto porque é um papel carismático e o ator dá vida a ele muito bem, o que pede um maior espaço a ele na trama. Faltou, portanto, um reconhecimento dos roteiristas em relação ao potencial do personagem, ficou um gostinho de quero mais. Ele merecia mais do que a impressão de ser apenas um rapaz bonito e louco por festas; mais do que o típico "bonito, mas burro".

Neighbors não é um besteirol. Trata-se de uma comédia americana contagiante, com personagens hilários, mas que é longe de ser estúpida e passageira. O roteiro foi bem escrito e, mesmo com algumas cenas, digamos, bizarras, e uma história aparentemente superficial, ele reflete a realidade de muitas pessoas. Há, mesmo que pequena, uma reflexão sobre família e amizade. Pra completar, tem até participação especial de Lisa Kudrow no elenco, o que já vale o ingresso também. Quer se divertir e rir um bocado? Recomendo! E mais de uma vez!










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