quarta-feira, 16 de julho de 2014

Resenha: Transformers: Age Of Extinction

Imagem: Reprodução/Cine Marcado

Eu não vi Transformers 3 porque, a meu ver, a franquia não tem graça nenhuma sem a Megan Fox. Porém, resolvi ver Transformers: Age Of Extinction (Transformers: A Era da Extinção, EUA/China, 2014) para dar uma chance à nova leva de personagens de Michael Bay. Resultado? Se os filmes anteriores eram fracos de conteúdo e compensados pelo casal Shia Labeouf e Megan Fox, o quarto da série fracassou nos dois quesitos. E feio.

Tudo começa 65 milhões de anos atrás, quando os Creators espalham várias sementes na Terra, as quais destroem quase toda a vida do planeta. Após essa breve introdução, vamos para quatro anos desde a Batalha de Chicago, que acontece em Transformers: Dark Side Of The Moon (2011). Com as mortes ocorridas no confronto, uma divisão da CIA resolve encontrar e destruir os Decepticons e Autobots remanescentes e o principal dos últimos, Optimus Prime, para, por acidente, nas mãos de Cade (Mark Wahlberg). A partir daí, ele, a filha Tessa (Nicola Peltz) e o namorado dela, Shane (Jack Reynor), vão ter que fugir da perigosa divisão comandada por Harold Attinger (Kelsey Grammer) e ainda tentar sobreviver em meio à batalha entre os Autobots, Decepticons e Creators e impedir que estes destruam o mundo.

As caras novas são legais, comandadas pelo sempre ótimo Wahlberg. Cade é bastante carismático com seu jeito durão e engraçado, enquanto Tessa e Shane fazem o que seria o par “substituto” de Labeouf e Fox. Só que já adianto que a relação deles é completamente diferente, sem complicações entre si; apenas o ciumento pai da garota que não os aprova por ainda ser apegado à jovem. A única coisa em comum com os roteiros anteriores é o perfil que o diretor dá à personagem feminina: bela, gostosa e frágil. No começo, vemos que ela luta pra conseguir uma bolsa na faculdade e é sempre rejeitada, mas o longa esquece disso em seu decorrer e apenas foca os diálogos no papo clichê de super proteção do pai e na sua aprovação ou não do amor da filha com Shane. Fica tudo muito superficial, incompleto.

Além do trio, temos Attinger e Joshua Joyce (Stanley Tucci), dono da KSI, empresa que quer construir os seus próprios Transformers a partir de dados do cérebro de Megatron. Os dois são até razoáveis, ganhando pontos pelas atuações de seus grandes intérpretes. Temos também outras duas mulheres, desta vez menos dependentes da proteção alheia e com participações mais coadjuvantes: Darcy (Sophia Myles) e Su Yueming (Li Bingbing). No entanto, o problema do roteiro não compensa isso.

É muita coisa rolando na telona; não é à toa que o longa tem quase três horas de duração. Só que, no fim, são três horas que parecem não terminar nunca e parece que você ficou dez horas sentado, assistindo àquela bagunça. Na minha opinião, a trama ficou complexa demais, com muitas coisas acontecendo, muitos personagens novos e Bay não conseguiu apresentar isso de maneira clara. É tanta briga, explosão e destruição que você fica perdido e chega um momento em que nem lembra mais o que significa aquilo tudo em função da falta de mais explicações. Você sabe que tem o bonzinho e o vilão, tanto entre humanos e robôs, mas fica difícil compreender a trama em meio ao caos que vemos. Pra falar a verdade, você fica bem incomodado (a); eu me remexi na cadeira diversas vezes porque as batalhas não acabavam nunca, sempre tinha uma disputa atrás da outra.

Efeitos especiais têm de sobra e todos de altíssimo nível. A equipe de Bay fez um excelente trabalho, do início ao desfecho. Pena que eles estão presentes em 90% do longa e o conteúdo ficou de lado. Sinceramente, eu sempre soube que Transformers seria uma franquia que daria bastante atenção às cenas de ação, com homens fortes como protagonistas e pelo menos uma mulher bonita, mas esse último me surpreendeu com a falta de uma narrativa melhor desenvolvida. Dói dizer isso quando eu tenho um carinho grande pelo elenco, só que não posso deixar minha admiração pessoal influenciar a leitura da película. Transformers: Age Of Extinction é fraco, MUITO fraco. E extremamente cansativo por sua duração. Podia ter sido menos, faça-me o favor!















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