domingo, 22 de dezembro de 2013

Resenha: The Conjuring



O que faz um filme de terror dar medo nas pessoas? Cenas com pouquíssima ou quase nenhuma luz, entidades bizarras ou as quais jamais temos a oportunidade de ver, um roteiro intrigante, uma trilha sonora de arrepiar, um fim surpreendente e muitos, muitos sustos. The Conjuring (Invocação do Mal, 2013) atende a muitos desses quesitos; não é um longa excepcional, mas satisfaz os fãs do gênero.


Escrita pelos irmãos gêmeos Chad e Carey Hayes (A Colheita do Mal, A Casa de Cera), com direção de James Wan (Sobrenatural, Jogos Mortais), a película acompanha o casal Ed (Patrick Wilson) e Lorraine Warren (Vera Farmiga), especializados em resolver casos de atividades paranormais. Somos introduzidos com o caso de uma boneca que assombra duas jovens através de um demônio e depois partimos para o foco principal do filme, que é uma casa assombrada por uma bruxa, a qual coloca em risco a vida da família Perron, em Rhode Island. A história é baseada em fatos reais, ou seja, tanto os personagens quanto o caso abordado no longa realmente existiram. A verdadeira Lorraine (trabalhou como consultora na produção) até faz uma ponta como uma mulher que participa de uma palestra que os investigadores dão em uma escola.

Acredite ou não na veracidade dos fatos, recomendo você a assistir ao filme de somente $ 20 milhões e que faturou cerca de $ 316 milhões no mundo todo. O diretor e os roteiristas conseguiram fazer um terror satisfatório, com performances fenomenais do elenco. Mas, convenhamos, é difícil não conseguir atuações boas de Wilson, Farmiga, Lily Taylor e Ron Livingston, além do ótimo quinteto de crianças que interpretam as filhas da família Perron: Shanley Caswell, Hayley McFarland, Joey King, Mackenzie Foy e Kyla Deaver. Aliados a uma trilha aterrorizante de Joseph Bishara (ele dá vida à entidade maléfica do filme) e muita angústia provocada pelas cenas assustadores do roteiro, você tem na telona um típico longa do gênero.

Caso você esteja esperando algo novo ou queira se surpreender e ficar marcado para sempre, já aviso que The Conjuring não é esse tipo de filme. Ele é um ótimo terror e, definitivamente, um crowd pleaser, não vou negar. Porém, ele traz todos aqueles clichês que encontramos em produções similares, como crianças macabras, pessoas enforcadas, partes nas quais a luz é escassa ou nula e, quando acende, aparece algo bizarro, ou aquelas coisas clássicas de qualquer filme de terror: o personagem escuta um barulho e vai em direção a ele ao invés de sair correndo dali como qualquer pessoa faria na vida real. Eu já tive meus momentos de medo e o que eu faço? Ir em direção à origem da aflição que eu não vou, JAMAIS.

Talvez o que mais tenha me decepcionado aqui é que não me surpreendi em nenhum momento; a história dá medo, é claro - imagina viver em uma casa na qual habitam espíritos e uma bruxa que quer possuir você e matar sua família? -, mas jamais lhe faz ficar boquiaberto. Assim como Mama, que teve produção de Guillermo Del Toro, o roteiro nos revela a cara do vilão da história ainda na metade do longa e nós já temos consciência do que se trata antes do clímax, algo que, a eu ver, tira um pouco a graça dos filmes de terror. Pra falar a verdade, aproveito para dizer que espero há muito tempo uma película do gênero que não envolva coisas ou pessoas mortas e malignas. Acho que os últimos bons foram Jogos Mortais (2004) e A Bruxa de Blair (1999).

Em outras palavras, se o filme me deixar com medo de dormir sozinha ou de ser a última a apagar as luzes de casa, estarei bastante satisfeita. The Conjuring não fez isso comigo, mas tenho que reconhecer que é os efeitos visuais e sonoros são bem feitos, o elenco está brilhante e que levei uns bons sustos. Fãs vão gostar!





Imagem:

Reprodução/Collider

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