quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Resenha: The Place Beyond The Pines



Um filme que dá voltas e voltas e acompanha uma forte conexão entre a família de um motociclista acrobata e um policial de rua. The Place Beyond The Pines (O Lugar Onde Tudo Termina, 2013) é uma história que se estende durante 15 anos e nos mostra as implicações que uma tragédia tem nos dois protagonistas e, consequêntemente, em suas respectivas vidas.

Luke (Ryan Gosling) trabalha em um circo, fazendo acrobacias com sua moto, e viaja constantemente para se apresentar. Porém, um dia, ele reencontra um antigo caso amoroso, Romina (Eva Mendes), e descobre que ela omitiu dele um bebê. A partir daí, o homem vai fazer de tudo para tentar sustentar a família, incluindo roubar bancos e arrumar conflitos com o namorado da mulher. Por causa dessa vida perigosa e arriscada, Luke vai cruzar o caminho do policial Avery (Bradley Cooper) e as coisas nunca mais serão as mesmas na vida de cada um. Na verdade, a série de acontecimentos e transformações que vemos na telona se dão por causa da tragédia que os conecta.

Dirigido e escrito por Derek Cianfrance, que trabalhou com Gosling anteriormente em Blue Valentine (Namorados Para Sempre, 2011), o longa traz todo aquele clima dramático e triste do último trabalho do cineasta. É uma história comovente, dura e bem longa, mas que consegue nos cativar por ter uma narrativa bem desenvolvida e grande parte dos personagens bem construída. Além disso, é uma película que não apenas chama atenção para a relação estabelecida entre os dois protagonistas, como também para a questão da família, sacrifícios, corrupção e drogas. Uma das coisas mais interessantes é ver como que Luke e Avery se mantêm conectados durante todo o filme, tendo seus caminhos cruzados não só no presente, como também no futuro.


Apenas duas coisas não me agradaram em The Place Beyond The Pines: a atuação de Cooper e a personagem de Rose Byrne, que é esposa de Avery. No caso do ator, achei sua performance monótona e nem um pouco marcante. Tudo bem que o policial é um homem bastante ambicioso e egoísta, mas Cooper conseguiu deixá-lo extremamente chato em sua interpretação. Até em uma das cenas mais fortes que ele tem no longa, em uma espécie de momento de redenção, você não sente muita dó dele. Quer dizer, eu não senti, pois construí uma imagem bem negativa dele por causa de suas atitudes.

Byrne, por sua vez, tem um papel praticamente inútil no roteiro de Cianfrance. Como eu admiro bastante o trabalho da atriz, não gostei de vê-la mal utilizada na telona. Quer dizer, ver qualquer atriz de enorme talento receber um papel superficial e limitado é inaceitável. A esposa de Avery aparece em pouquíssimas cenas e não tem quase que influência nenhuma no que acontece no roteiro; é como se ela fosse uma figurante. Por outro lado, Ray Liotta, que brevemente interpreta um policial mau caráter, consegue espaço o suficiente para dar uma boa atuação e ter um impacto significativo na vida de Avery.

No fim das contas, o filme de 2h20 é intrigante e tem performances poderosas de Gosling, Mendes e Dane DeHaan. Se você assistiu Blue Valentine e gostou, provavelmente vai aprovar a nova produção de Cianfrance, uma vez que ela traz ainda mais toneladas de drama, só que com uma história, digamos, mais viva, com mais conflitos na telona.





Imagem:

Reprodução/Entertainment Wise

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