sábado, 16 de agosto de 2014

Resenha: Guardians Of The Galaxy

Imagem: Reprodução/Wired

Hilário e com uma trilha sonora sensacional. Se A Marvel já havia mostrado seu forte lado cômico em The Avengers, em Guardians Of The Galaxy (Guardiões da Galáxia, EUA, 2014), de James Gunn, ela prova que filmes de super-heróis podem ser marcantes sem precisarmos de doses intensas de drama, mas de comédia. E muita música de qualidade, é claro!

A história começa no ano de 1988, quando a mãe de Peter Quill/Star-Lord (Chris Pratt) está morrendo no hospital e, antes de partir, deixa um presente a um ainda jovem garoto. Assustado e com raiva, ele sai correndo do local e acaba sendo abduzido por uma nave espacial. O longa finalmente dá largada à sua dose de humor 26 anos depois, quando o protagonista já está mais velho e trabalhando para um grupo de piratas liderado por Yondu (Michael Rooker). Após roubar um orbe do qual não tem noção da importância, ele se vê envolvido em uma guerra que pode destruir o planeta Xandar e até mesmo a galáxia, uma vez que os malignos Thanos (Josh Brolin) e Ronan (Lee Pace) querem ter o objeto em mãos para dominar tudo.

A partir daí, vemos o personagem se envolver em diversas confusões e ser preso. Na prisão, conhece o quarteto formado por Gamora (Zoe Saldana), Groot (Vin Diesel), Drax The Destroyer (Dave Bautista) e Rocket (Bradley Cooper) e, junto deles, planeja uma fuga. Depois disso, eles vão se entendendo e se desentendo e, aos poucos, formam uma equipe que vai ajudar a evitar a destruição da galáxia.

Do início ao fim, Guardiões da Galáxia conquista em função de dois quesitos: personagens e trilha sonora. Justifico o primeiro pelo fato de que o quinteto principal é extremamente carismático e hilário. Star-Lord, como exige ser chamado apesar de ninguém saber quem ele é, é rebelde e garanhão; Rocket é sarcástico; o que Drax tem de forte ele não tem de cabeça; Groot, dublado por Diesel, é uma criatura doce que não faz nada além de dizer “I am Groot” e usar sua força para enfrentar os inimigos e defender os amigos; Gamora pode ser a menos cômica, mas conquista pela simpatia de Saldana. É impossível não se divertir com as brigas que eles protagonizam por causa de suas fortes personalidades – com exceção de Groot, é claro. Desde o primeiro encontro em Xandar, até a batalha final, eles convencem como os desastrados, mas espertos protetores da galáxia.

A música, bom, não posso negar que ela conduz o longa ao lado do elenco. Admito que, na primeira vez que assisti ao trailer, estranhei a presença de “Hooked On A Feeling”, do Blue Suede, nos segundos finais (estava acostumada com o AC/DC do Homem de Ferro ou as trilhas instrumentais de outros filmes similares). Foi aí que eu percebi que a película teria um toque mais cômico do que de drama, algo que não é muito comum em produções do gênero, mas que depois que as luzes se acendem você se surpreende. A trilha que ouvimos é a trilha da vida de Peter Quill, que ele aprendeu a amar por causa da mãe e compartilha conosco esse sentimento. Não fica nada clichê ou forçado escutar David Bowie, The Runaways, Jackson 5 ou Redbone na telona; pelo contrário, é muito gostoso e nostálgico! Gunn conseguiu construir essa identificação nossa com a música com primazia.

O roteiro é conduzido muito bem e consegue nos cativar durante as duas horas de filme, isso é um fato. O foco é praticamente em Star-Lord, apesar de termos um breve acesso à história dos demais protagonistas. Creio que nas próximas aventuras teremos uma chance de aprofundarmos mais em cada um, especialmente porque os fãs vão querer isso após essa ótima introdução. O defeito da história está na falta de uma atenção especial aos vilões e atores coadjuvantes de peso.

Ronan e Nebula (Karen Gillan) tinham bastante potencial, mas recebem pouquíssimo espaço – o primeiro revela suas motivações no início, mas fica muito superficial - e ficam apenas como os seres malignos que querem destruir tudo. Thanos (Josh Brolin) eu já que teria uma presença breve, então não fiquei decepcionada. Os coadjuvantes, por sua vez, foram desperdiçados. Nova Prime (Glenn Close) e The Collector (Benicio Del Toro) são interpretados por excelentes atores, mas tiveram uma presença mínima e isso não me agradou. O último foi pior porque ele apareceu nos pós-créditos de Thor 2 e me conquistou na hora com sua interpretação. Por isso, fiquei esperando uma participação marcante dele em GDG, mas isso não aconteceu.

Além disso, temos um desfecho, digamos, estúpido, mesmo sendo plausível com base na história dos guardiões. A cena da disputa final entre Ronan e os protagonistas é um tanto quanto ridícula, daquelas que você pensa: “Nossa, não acredito que estou vendo isso”. A seqüência pós-créditos também deixa a desejar, principalmente porque você espera algo empolgante da Marvel e o que vemos ali é algo desprezível. Recomendo até que você deixe a sala após o fim e não aguarde para vê-la.

Concluindo, Guardians Of The Galaxy tem suas falhas, mas não deixa de ser um tiro certeiro da Marvel e da Disney. Com certeza será uma saga que vai nos fazer rir por muito tempo, caso os roteiristas sigam a mesma linha desse primeiro filme. Pratt deu vida de maneira magistral ao líder do grupo, Saldana consolida-se como rainha do universo de ficção após Avatar e Star Trek, Cooper prova que é um dublador espetacular, e Bautista deu o tom certo de agressividade e lerdeza a Drax. Diesel repete a mesma fala o longa inteiro, mas seu carisma como ator o fez uma escolha perfeita para o papel de Groot. Que venham os próximos e mais trilhas sonoras impecáveis!









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