Imagem: Reprodução/Aces Showbiz |
Às vezes, nós vamos ao cinema com o intuito de somente nos divertir. Não queremos ver um filme pesado, sério, triste ou que nos faz refletir sobre a vida, mas uma história leve e engraçada. Afinal, nem todos os diretores querem fazer produções destinadas a ganhar o Oscar, BAFTA, César, etc; eles as fazem porque amam e querem entreter o público. Um ótimo exemplo disso é Un Plan Parfait (Um Plano Perfeito, França, 2012), comédia estrelada por Dany Boon e Diane Kruger e que é, sem dúvidas, uma das seleções mais gostosas do Festival Varilux de 2014.
Dirigido por Pascal Chaumeil, ele conta a história de Isabelle (Kruger), uma dentista francesa que vive feliz com o parceiro Pierre (Robert Plagnol) e, após dez anos juntos, resolve ter um bebê com ele. Porém, o homem só aceita isso se casar oficialmente com a amada, só que, o que ele não sabe é que a família dela tem uma maldição de que todos os primeiros casamentos terminam em divórcio. Por isso, Isabelle resolve, junto da irmã Corinne (Alice Pol), arranjar um casamento falso, divorciar-se e, então, casar-se com o homem de sua vida. Depois que leva um bolo do falso marido na Dinamarca, ela vê em Jean-Yves (Boon) a oportunidade de arranjar um casamento de mentirinha e acaba se envolvendo em uma longa e difícil jornada em busca de atingir seu objetivo. Isto porque o funcionário do Guia de Routard é bastante devagar, ingênuo, simplório demais e não tem uma vida planejada, praticamente o oposto da protagonista.
Sim, o roteiro é bem sem noção e muitas cenas que vemos são daquelas que nos fazem pensar: “Oi?”. Por exemplo, vemos Isabelle ir atrás de Jean-Yves até o Quênia e segui-lo até um chique hotel do país. Em uma determinada cena, ele pergunta a ela onde está sua mala e ela simplesmente pega a mala de um hóspede que estava dando sopa. Ou quando vemos a mulher fazê-lo de bobo o tempo todo e, apesar de Jean-Yves eventualmente acabar descobrindo tudo, ele é extremamente compreensível e torna-se amigo dela como se nada tivesse acontecido. Pierre, por sua vez, parece não desconfiar de nada quando sua noiva some por vários dias. Ela não só viaja para o Quênia – ela dá uma desculpa e Corinne e o marido Patrick (Jonathan Cohen) ajudam a encobri-la -, como também para a Rússia e o futuro marido está lá em Paris, sem achar nada estranho nessas viagens repentinas e seguidas.
Pra ser sincera, Un Plan Parfait é uma comédia romântica americana disfarçada de francesa. A história é bobinha, sacada e, acima de tudo, previsível; desde o início você já sabe como que tudo vai terminar. Assistir a esse filme é como ver Como Perder um Homem em Dez Dias de novo, só que sem a química de Matthew McConaughey e Kate Hudson (Boon e Kruger nunca convencem como casal). Você se diverte horrores, ri bastante, repete a sessão outras vezes com os amigos ou parentes, mas não tira nada da experiência; é só entretenimento momentâneo. Para completar a semelhança com os longas do gênero dos Estados Unidos, tem até erros de câmera enquanto rolam os créditos.
Por outro lado, como já disse no primeiro parágrafo, não acho que Chaumeil fez essa película para impressionar ou apresentar um material inesquecível e marcante; é uma comédia feita para nos relaxar e fazer rir e ponto. O que tem de mal nisso? Posso dar vários motivos para conferi-la: Boon está hilário como sempre, Kruger mostra seu lado cômico, algo raríssimo de se ver, e os personagens coadjuvantes são super carismáticos, com destaque para Corinne e Patrick. A maneira que o romance é narrado também é deliciosa, pois o longa começa com uma ceia de natal da família de Isabelle – ela não está presente -, na qual sua irmã convida a chefe recém-divorciada. Para tentar fazer a última se sentir melhor e esperançosa quanto ao amor, eles resolvem contar a aventura de Isabelle e Jean-Yves. Ou seja, viajamos ao passado e voltamos ao presente no decorrer da produção.
A França tem muitas comédias boas e Um Plano Perfeito entra pra lista não das melhores, mas mais prazerosas. Não é um filme cativante como Les Invasions Barbares, Populaire ou Intouchables; jamais. É uma película “amusante”, como os franceses diriam; em português seria traduzido para divertida e engraçada. Não tem uma direção de arte sensível ou um roteiro profundo e comovente, mas tem personagens que conquistam o expectador e diversos momentos hilários. Vale a pena passar algumas horas vendo.
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