sexta-feira, 6 de junho de 2014

Resenha: Edge Of Tomorrow

Imagem: Reprodução/Facebook Oficial Edge Of Tomorrow

Depois do decepcionante Oblivion, Tom Cruise está de volta em um filme de ação inteligente, recheado de efeitos especiais de altíssimo nível e eletrizante. Edge Of Tomorrow (No Limite do Amanhã, EUA, 2014) não é uma produção marcante, mas traz o ator em plena forma e com uma co-protagonista muito bem interpretada por Emily Blunt.

Ambientado em um futuro no qual a Terra é invadida por extraterrestres chamados de miméticos, o exército americano e de outros países descobrem uma arma que pode exterminar de vez essas criaturas e impedir a destruição da Europa, onde elas estão escondidas: uma jaqueta de combate munida de armas de fogo poderosíssimas. Além disso, o sucesso da soldada Rita Vrataski (Blunt) em uma batalha também acaba servindo de motivação e símbolo para os combatentes, apesar deles não se referirem a ela de maneira muito amigável.

É nesse contexto que o assessor de imprensa do exército, o Major William Cage (Cruise), é enviado para um campo de batalha na costa da França para cobrir a guerra. Porém, o experiente homem não é um soldado e mal sabe lutar ou atirar, mas suas tentativas de evitar isso são infelizes. Para piorar a situação, sua equipe é surpreendida por um ataque dos miméticos, o qual resulta na morte de todos eles e no conseqüente domínio desses seres no planeta. Tudo muda quando, antes de morrer, Cage incorpora o sangue de um tipo especial dessas criaturas, algo que acaba levando-o de volta um dia antes de tudo aquilo acontecer. A partir daí, ele vive e morre centenas de vezes até encontrar uma solução para a destruição dos vilões.

Parece um pouco complexo, mas não é. O longa de Doug Liman é ação do início ao fim e as informações que joga o tempo todo são muito bem administradas e reveladas no decorrer da história. Às vezes ficamos extremamente cansados com o tanto de vezes que voltamos ao passado, já que no começo isso se repete consecutivamente até o personagem principal se adaptar àquilo; depois já ficam subentendidas as diversas viagens dele e não é mais necessário que o diretor fique nos explicando isso. Até lá, nós ficamos um pouco atolados com tanta repetição, explosões e mortes e isso desgasta, não posso negar.

No entanto, trata-se de apenas um detalhe não muito relevante no roteiro, uma vez que o enredo é envolvente e, convenhamos, já sabíamos que o filme ia ficar nesse de vai e volta por muito tempo, então não podíamos esperar outra coisa; eventualmente se tornaria cansativo. O slogan é “Viva. Morra. Repita”, hello?

Além disso, ter dois protagonistas como Cruise e Blunt ajuda bastante. Os dois atores estão muito bem e a relação, conflituosa no início, e amigável na parte final, evolui de maneira natural e crível. Talvez somente uma das últimas cenas que eles protagonizam seja clichê demais e estrague a relação desenvolvida até ali, pois acho que os roteiristas forçaram demais. É daquelas que você pensa: “Ai, tinha que ter, né?”. Más é só.

Os diálogos com leves toques de humor e algumas cenas hilárias nas quais Cage tem que lidar com seu esquadrão comandado pelo Sargento Farell (Bill Paxton) também contribuem para quebrar tantas sequências de lutas e barulho. Em outras palavras, você rirá e risos são sempre bem-vindos, certo? Ainda mais em uma narrativa como essa.

Não temos aqui nenhuma mensagem especial que fica, apenas duas horas de uma aventura angustiante ao lado de Cruise e Blunt. Portanto, de maneira geral, Edge Of Tomorrow é um ótimo filme de ação, com efeitos especiais impecáveis. Sua história é inteligente, bem narrada e conseguimos entender bem os dois protagonistas através de seus inúmeros loops. Eu apenas diria que não se trata de uma produção que mexe com você, pois não fica nada muito, digamos, útil e reflexivo em nossas mentes quando as luzes se acendem. E não temos aqui uma trilha sonora ou uma linguagem cinematográfica que chamam atenção. Você se entretém, ri um bocado com alguns diálogos e sai satisfeito (a). A vida continua.








Nenhum comentário:

Postar um comentário