sábado, 3 de maio de 2014

Resenha: The Amazing Spider-Man 2

Imagem: Reprodução/Splash Page

Mais humor, mais drama, mais romance e muita, mas muita ação, com direito a uso e abuso de câmera lenta e um 3D que funciona de maneira aceitável. The Amazing Spider-Man 2 é uma continuação eletrizante dirigida por Marc Webb e que vai agradar os fãs do herói sem dúvidas, especialmente em função do enorme carisma do Peter Parker interpretado por Andrew Garfield e seu par romântico Gwen (Emma Stone). Eles já haviam mostrado isso em The Amazing Spider-Man, de 2012, mas agora foi ainda melhor.

Nesta nova aventura, acompanhamos o protagonista ainda perturbado por alucinações do pai da namorada, morto no filme anterior, George (Denis Leary), o qual lhe pediu que ficasse longe da garota a fim de protegê-la de sua vida perigosa. Porém, o amor dos dois é mais forte que isso e eles enfrentam juntos a ameaça de um novo inimigo, Eletro (Jamie Foxx). Só que, além deste, um antigo amigo de Peter retorna à Nova York, Harry Osborn (Dane Dehaan), e o jovem rapaz também pode se tornar uma outra ameaça ao herói, inclusive pessoalmente. Por causa de um problema de saúde que coloca em risco sua vida e o fato do Homem-Aranha não poder ajudá-lo, ele obviamente revolta-se e busca se vingar.

Algo que também é explorado bastante é o passado dos pais de Parker, especialmente o de seu pai. A primeira cena do longa mostra os dois deixando um ainda pequeno Peter com os tios e fugindo em um avião para um lugar bem longe dos Estados Unidos e da Oscorp. O casal acaba morrendo, mas o homem consegue enviar, a tempo, informações preciosas sobre seu trabalho secreto na empresa e o motivo de estar abandonando o filho. O roteiro acaba, portanto, dando muitas novidades sobre o assunto, além de mostrar o lado mais, digamos, perturbado do personagem principal, já que ele tem pouquíssimas lembranças dos pais e nunca entendeu por que foi abandonado.

Sim, muita coisa rola na telona: passado, novos inimigos e, sobretudo, Gwen. As cenas protagonizadas pelos dois são, em grande parte, divertidas e extremamente doces, algo que conquista o público facilmente. Talvez tenha ficado coisa demais para ser explorada em um filme só, mas não ficou nada em excesso e o roteiro consegue administrar razoavelmente bem essas informações. Algumas coisas exibidas são típicas de filmes do gênero, como sacadas que só um cara como Spider-Man teria ou diálogos clichês que terminam com sequências de batalhas. Mas isso já virou praxe em adaptações de quadrinhos e não vai incomodar os expectadores, mesmo com certa previsibilidade.

No que diz respeito ao elenco, ele está impecável. Garfield e Stone possuem uma química excelente e roubam a sena; Foxx está muito bem como o ignorado engenheiro da Oscorp que busca ser reconhecido e torna-se o maligno Eletro - dá até certa pena dele, pra ser sincera -; Sally Field sempre emociona como a ingênua e simpática Tia May; e Dehaan mostra que veio pra dar trabalho e deixar muita gente irritada com as atitudes de Harry. Já adianto que ele é bem diferente daquele interpretado por James Franco na trilogia anterior do herói; afinal, trata-se de uma adaptação de outro quadrinho de Stan Lee. Dois novos e interessantes nomes também aparecem aqui, apesar de não terem um espaço considerável no roteiro: Felicia (Felicity Jones) e Rhino (Paul Giamatti). Porém, fica claro que ambos estarão no terceiro filme e com papéis mais importantes. Ela é a icônica Gata Negra, só pra adiantar.

No entanto, uma coisa que me incomodou aqui foi a quantidade enorme de humor em meio ao drama presente na história. O longa é praticamente uma comédia, mesmo com suas inserções mais sérias e intensas. Chega até a ser um pouco estranho ver o divertido Peter Parker protagonizar diálogos e cenas tão hilários e, em alguns momentos específicos, mostrar seu lado mais sério, ao som de Phillip Phillips. Foi interessante ver Garfield dessa maneira, é claro, mas o lado cômico do Homem-Aranha se destacou demais e deixou o oposto ficar meio nada a ver. Nada que torne a película ruim, é mais uma observação minha. Sei que é uma característica dessa nova versão do super-herói, mas talvez seja melhor diminuir um pouco a dose de humor nos próximos.

O que achei mais desnecessário foi a exclusão de Mary Jane (Shailene Woodley). Inicialmente, ela teria uma aparição pequena, mas os produtores e Webb resolveram adiar sua presença para o próximo filme. Até entendo em certo ponto essa decisão, em função dos acontecimentos do roteiro e a mudança dramática na vida de Parker no fim, mas acho que a imagem dela, nem que tenha sido durante apenas um segundo, teria encaixado bem. As sequências finais são de tirar o fôlego, sim, mas Mary Jane iria torná-las ainda mais perfeitas, estilo os minutos finais de The Dark Knight Rises. Enfim...

Quem é fã pode assistir The Amazing Spider-Man 2, você não irá se arrepender. Terá muitos risos, cenas de deixar o seu coração na boca e lutas contagiantes. Recomendo tanto a versão normal quanto a 3D, especialmente a última porque, em determinados momentos, a câmera fica atrás do personagem e parece que estamos junto dele voando pelos prédios e monumentos de Nova York. Quase impossível não se divertir!








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